As sacolinhas plásticas, tão tradicionais e presentes na cultura de consumo dos brasileiros há tantos anos, têm sido foco de muitas controvérsias e polêmicas ultimamente.
Banidas de supermercados e demais estabelecimentos comerciais em muitos estados e municípios, as sacolas plásticas foram logo depois readmitidas, sendo seu uso avaliado como legal pela justiça, o que gerou ainda mais controvérsia entre seus defensores e seus opositores.
Obviamente que toda essa polêmica não é em vão, uma vez que é inegável o mal ao meio ambiente que elas causam. Para se ter uma ideia, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, todos os anos, em torno de um milhão de espécies marinhas são mortas em decorrência de sacolinhas plásticas que vão parar inapropriadamente no mar. Isso sem contar que de todos os detritos recolhidos na superfície aquática brasileira, 90% são feitos de plástico e, desses, a grande maioria são sacolinhas plásticas.
A produção de sacolinhas plásticas também é impressionante no Brasil. Anualmente, 15 bilhões delas são produzidas, tanto por empresas sérias e fiscalizadas quanto por empresas “de fundo de quintal”, uma vez que o custo para produção é muito baixo. A reciclagem desse material já não é tão produtiva, uma vez que o descarte é feito de maneira incorreta na maioria das vezes.
Outros problemas, tão corriqueiros em muitas cidades brasileiras, também ocorrem em virtude do descarte incorreto das sacolinhas. É o caso específico das enchentes, uma vez que as sacolinhas entopem bueiros e bocas de lobo, impedindo o escoamento de água e gerando as enchentes.
Alia-se a isso o fato de que as sacolinhas plásticas distribuídas em supermercados, açougues e demais estabelecimentos que realize a venda de alimentos, tem, obrigatoriamente, que ser feitas de material virgem, não reciclado, uma vez que são usadas para transporte de alimentos. Sendo assim é necessário que mais petróleo seja extraído e refinado, e, consequentemente, mais emissões são feitas e mais impactos no meio ambiente são causados.
Frente a todos esses problemas, foi concebido o que se chamou de ecobags ou eco bag ou, como também são popularmente conhecidas: “sacolas ecológicas”.
Feitas de pano ou mesmo de outros materiais biodegradáveis, as ecobgas são sacolas que podem ser utilizadas diversas vezes, não poluem o meio ambiente e, quando confeccionadas por ONGs ou demais entidades do terceiro setor, ainda fomentam a geração de empregos de uma série de pessoas necessitadas.
Alguns modelos, feitos de 100% de fibras naturais, já tiveram sua entrada maciça no mercado e, pouco a pouco, vão ganhando o espaço das famigeradas sacolinhas plásticas.
A adoção de sacolas ecológicas pela população é parte de uma iniciativa que envolve educação, conscientização, tempo e noções de cidadania, e deve ser estimulada tanto pelo poder público como por empresas privadas. Mesmo que a passos lentos, a entrada desses materiais no mercado já é um sinônimo de que as sacolinhas plásticas estão com os dias contados.