O descarte incorreto de lixo é um dos grandes problemas a serem enfrentados pelos governos e pela sociedade em geral. Isso porque os danos causados pelo escoamento de lixo são diversos, pois esses resíduos se acumulam nas ruas, entupindo ralos, poluindo a rede de esgoto, provocando enchentes e expondo a população a diversos tipos de doença. Esta poluição se estende a córregos, riachos, lagoas e rios, afetando todos os ecossistemas, contaminando as águas e matando os animais.
A geração desenfreada de lixo doméstico e industrial também causa problemas de saúde pública por conta da proliferação dos lixões, responsáveis pelo aumento da população de ratos e insetos que transmitem uma grande variedade de doenças à população. Os danos não param por aí, já que a proliferação do lixo impacta negativamente na economia, multiplicando despesas com serviços de limpeza pública e saúde.
A boa notícia é que todos esses danos podem ser minimizados com uma coleta de lixo feita de forma inteligente, que promova o reaproveitamento dos materiais nos diversos ramos de atividade econômica. Uma dessas aplicações é a transformação do lixo em fonte de energia.
Como o lixo é tratado no Brasil?
Para visualizar o potencial da iniciativa de transformar o lixo em energia, tanto do ponto de vista econômico quanto de proteção ao meio ambiente, vale a pena destacar que em países como Japão e Suíça mais de 60% do lixo produzido vira energia.
No Brasil, por outro lado, a maioria das ideias relacionadas a transformar lixo em energia e adotar as tecnologias para obter energia do lixo não prosperaram. Atualmente, 99% do lixo urbano é despejado nos aterros sanitários, sem passarem por um processo de reciclagem ou qualquer outro tipo de reaproveitamento.
Como o lixo pode ser transformado em energia?
Há dois tipos de processo: a incineração e a compostagem. A incineração consiste na queima do lixo em fornos desenvolvidos especificamente para essa finalidade. A combustão é obtida a partir do controle do oxigênio. Esse processo resulta em energia térmica, que posteriormente pode ser transformada em energia elétrica.
Os materiais queimados ainda podem ser reutilizados na produção de artesanato, cerâmica e até borracha. É necessário ter cuidado, entretanto, com o tratamento dos gases originados desse processo, garantindo que eles não causem danos à atmosfera quando liberados.
A compostagem, também conhecida como fermentação, é feita a partir de microrganismos que geram o biogás, que é canalizado e transformado em energia. O lixo orgânico decomposto também pode ser usado para produzir adubo: em vez de contaminar os rios, por exemplo, que tal se esse lixo servir para fertilizar o solo para as plantações?