Quando o assunto é o setor industrial, associa-se ele, muitas vezes, à emissão de gases causadores do efeito estufa. Porém, as empresas devem ser vistas como parceiras indispensáveis para ação climática.

Esse foi um dos principais destaques abordados na conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP 24, que aconteceu em dezembro, na Polônia.

Durante anos, setores relacionados à construção, ao transporte, às atividades agrícolas e ao varejo foram apontados como os maiores contribuintes das emissões globais de gases causadores do efeito estufa e por colocarem lucros acima da preservação ambiental.
No entanto, cada vez mais, novas tecnologias e modelos estão transformando o setor privado para que líderes empresariais não tenham mais que escolher entre lucrar e preservar o planeta.

Compromisso

Na COP 24 foram feitas negociações sobre a implementação do acordo de ação climática adotado em Paris, na França, em 2015, quando 197 partes se comprometeram a tentar limitar o aquecimento global para 1,5°C acima de níveis pré-industriais.

De acordo com o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), quase metade das corporações norte-americanas listadas na Fortune 500 (lista anual compilada e publicada pela revista Fortune que contém as 500 maiores corporações dos Estados Unidos) estabeleceu metas de energia limpa ou objetivos para redução de gases causadores do efeito estufa. Em 2016, além dos ganhos ambientais, 190 destas companhias viram também o benefício econômico: elas tiveram um total de 3,7 bilhões de dólares em poupanças graças às medidas de redução de emissões.

Soluções ambientais

Para facilitar que o setor privado adote soluções favoráveis ao meio ambiente, enquanto também impulsiona lucros, uma organização não governamental – a Solar Impulse Foundation – se esforçou para juntar mil soluções já em operação e examiná-las de acordo com impactos ambientais positivos e rentabilidade antes de apresentá-las a governos e ao setor privado. 58 soluções já receberam o Selo Solar Impulse de Eficácia em sustentabilidade e rentabilidade.

A oportunidade para o êxito está na transformação de aparatos, sistemas e infraestruturas obsoletos e que são ineficazes e poluentes, em processos industriais, tecnologias e soluções eficazes, limpas e muito mais rentáveis. Chegar à esse patamar demanda um pouco mais de investimentos iniciais, mas depois, traz recursos financeiros e a preservação do ambiente ao qual todos estamos inseridos, o que não tem preço.