A poluição liberada por motores a diesel chega até as regiões polares e, quando se deposita sobre o gelo e a neve, a calota fica levemente mais escura, refletindo menos luz de volta para o espaço e contribuindo para o aquecimento global.
Esse é um dos exemplos de vínculo entre a contaminação da atmosfera e as mudanças climáticas.
Vulcões em erupção, terremotos, tempestades de areia e meteoritos que se esmagam contra a crosta do planeta Terra são fenômenos naturais que podem causar mudanças climáticas e poluição do ar. A extinção dos dinossauros talvez tenha ocorrido quando, após um meteoro gigante levantar tamanha poeira, a luz do sol ser bloqueada por décadas, reduzindo a fotossíntese e impedindo o crescimento das plantas.
Outro fator que contribui com a poluição do ar e o aquecimento global está sob responsabilidade dos seres humanos, ao adotarem estilos de vida que usam recursos de forma intensiva. Com isso, gera-se mais gases do efeito estufa, bem como poluentes, sob a forma de químicos e material particulado, incluindo o “carbono negro”.
A ligação entre poluição e mudanças climáticas
As duas problemáticas podem parecer questões distintas, mas estão ligadas, uma vez que, ao reduzir a poluição do ar, também protege-se o clima.
Os poluentes do ar incluem mais do que apenas gases do efeito estufa como o dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, entre outros. Mas existe uma grande justaposição entre esses tipos de substância: os dois interagem frequentemente um com o outro, como o exemplo dado logo no início deste artigo: o material particulado dos motores a diesel circula por todo o globo terrestre e acaba indo parar nos lugares mais remotos, incluindo as regiões polares. Quando esse tipo de poluição se deposita sobre o gelo e a neve, a calota fica levemente mais escura, refletindo menos luz de volta para o espaço e contribuindo para o aquecimento global. As temperaturas ligeiramente mais quentes fazem com que as plantas na região subártica cresçam um pouco mais e, conforme elas se desenvolvam na neve, projetam sombras que, multiplicadas milhões de vezes, também escurecem a superfície da Terra, provocando mais aquecimento.
Uma preocupação recente é o triclorofluormetano, ou CFC-11, que deve ser abandonado em todo o mundo, de acordo com o Protocolo de Montreal, o acordo global para proteger a camada de ozônio. Esse gás industrial – usado ilegalmente no setor de materiais isolantes, por exemplo – também contribui com o aquecimento global.
Aerossóis e seus efeitos sobre o clima
Aerossóis podem ser de origem natural ou antropogênica (causada pela ação do homem) e são capazes de influenciar o clima de várias maneiras. Pode ser por interações que dispersam e/ou absorvem radiação quanto por interações com a microfísica das nuvens e outras propriedades das nuvens, ou quando se acumulam sobre superfícies cobertas de neve ou gelo, alterando, portanto, o seu albedo e contribuindo com o feedback climático.
No relatório do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC), de outubro de 2018, os aerossóis são definidos como “uma suspensão de partículas sólidas ou líquidas no ar, com um tamanho típico entre poucos nanômetros e 10 μm (micrômetros), que permanecem na atmosfera por pelo menos várias horas”.
O documento ressalta a importância de manter os aumentos da temperatura global abaixo do 1,5 ˚C, em relação aos níveis da era pré-industrial. Destaca, ainda, a necessidade urgente de ação ao longo dos próximos 12 anos, para que exista uma chance mínima de alcançar essa meta.