Descoberta encontrou um destino para o plástico não reciclável e ainda reduzir os gases de efeito estufa
Buscando uma alternativa para os plásticos não recicláveis, ou seja, aqueles com resíduos de alimentos ou retirados dos oceanos, pesquisadores da Universidade de Chester, na Inglaterra, juntamente com a Powerhouse Energy, descobriram uma maneira de reaproveitar esses resíduos: produzir hidrogênio para aquecer casas e abastecer carros, sem a geração de gases de efeito estufa.
No processo, o plástico é colocado em forno aquecido a mil graus célsius, que quebra as moléculas do resíduo, liberando uma mistura de gases, incluindo o hidrogênio. De acordo com uma reportagem no The Guardian, a tecnologia será usada pela primeira vez até o fim deste ano, em uma fábrica perto de Ellesmere Port, em Cheshire.
Espera-se que esta tecnologia, a ser patenteada em breve, seja capaz de abastecer 7 mil casas por dia, bem como 7 mil carros movidos a hidrogênio, a cada duas semanas, no Reino Unido.
Vantagens do hidrogênio
De acordo com a Powerhouse Energy, o hidrogênio puro, de baixo custo, produzido a partir desta tecnologia, pode substituir o diesel e outros combustíveis fósseis nos veículos com células a combustível de hidrogênio, melhorando a qualidade do ar nas estradas.
O hidrogênio pode desempenhar um papel fundamental para ajudar o Reino Unido a cumprir suas metas climáticas, ao substituir o gás tradicional – usado por décadas em fogões, radiadores e caldeiras. “Isso fará do plástico um material valioso, pois poderá alimentar as vilas e cidades do mundo e, o mais importante, ajudará a limpar os nossos oceanos”, diz o professor da Universidade de Chester, Joe Howe.
Embora o hidrogênio não seja um gás de efeito estufa, o processo também libera gases que causam danos ao ambiente, como o metano. O projeto de Cheshire prevê capturar esses gases e canalizá-los para uma usina de energia e, com isso, gerar eletricidade. Esta iniciativa evitaria a necessidade de extrair mais gás do solo.
Os desenvolvedores esperam levar a tecnologia para o Japão e o sudeste da Ásia, onde ônibus movidos a hidrogênio já estão nas estradas. Esta energia limpa poderia ajudar a substituir a energia gerada a carvão, que ainda é muito difundida em alguns países da Ásia, e produz quase o dobro das emissões de carbono de uma usina de gás típica.