Pesquisadores descobriram que algumas larvas podem utilizar o plástico como fonte de alimento
Todos os anos, o mundo produz mais de 400 milhões de toneladas de plástico e boa parte desse material, apesar de reciclável e reaproveitável, acaba indo parar nos aterros, rios, até chegar aos oceanos…
Para tentar resolver essa questão, muitos cientistas estão investindo em soluções sendo, algumas, bem inusitadas. É o caso de uma pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Brandon, em Manitoba, no Canadá, que descobriram que algumas larvas podem se alimentar de plástico.
Dr. Christophe LeMoine e Dr. Bryan Cassone, do Departamento de Biologia da Universidade de Brandon, publicaram suas descobertas na revista científica Proceedings of Royal Society B. Eles descobriram que as larvas de lagarta podem sobreviver com uma dieta de à base de polietileno, um tipo de plástico usado em sacolas e em muitas outras aplicações. Por isso, os pesquisadores apelidaram esses insetos de “plastívoros”.
Como isso é possível?
Os pesquisadores descobriram que existe uma espécie de bactéria intestinal nas larvas que facilita a digestão do plástico. Eles também identificaram que esses insetos conseguiram sobreviver por mais de um ano com uma dieta à base de plásticos.
Com a degradação do polietileno, é gerado um subproduto chamado glicol, uma forma de álcool que tem uma série de aplicações no dia a dia da indústria.
As espécies estudadas foram as larvas de cera, que vivem em colméias e que, habitualmente, se alimentam de cera de abelhas. Mas o estudo mostrou que essas larvas são capazes de sobreviver se alimentando apenas polietileno, porque os seus micróbios intestinais conseguem digerir o material.
Na pesquisa em laboratório, 60 larvas de cera comeram mais de 30 centímetros quadrados de um saco plástico em menos de uma semana.
A pesquisa ainda está em andamento e os cientistas continuam estudando as larvas e as bactérias. Ao aprender mais sobre esta interação, eles certamente conseguirão compreender melhor em quais condições as bactérias poderão maximizar o seu potencial de degradação plástica.
Legenda: Na natureza, as larvas vivem em colméias, onde se alimentam de cera.
Legenda: Uma larva de cera devorando um pedaço de sacola plástica
Fotos: Divulgação/Universidade de Brandon