Com o interesse crescente por parte de empresas, organizações, sociedade e investidores em práticas ESG, sigla em inglês para a tríade ambiental-social e governança, em inglês — o mercado de crédito de carbono ganhou destaque nas políticas ambientais no pós-pandemia. Esses certificados, emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de gases do efeito estufa, não trazem benefícios exclusivamente para o meio ambiente: também são uma ferramenta para movimentar a economia global.

O interessante, é que essa tendência é um claro reflexo da nova maneira que a atual geração, os chamados millennials, interagem com o mundo. 87% deles consideram a sustentabilidade no seu consumo; com essa preponderância, aconteceram mudanças drásticas no padrão de consumo e a importância da questão da compensação e da sustentabilidade e impacto ambiental”.

Brasil pode ter receita de até R$ 100 bilhões em créditos de carbono até 2030

Um estudo feito pela consultoria especializada em sustentabilidade WayCarbon, o Brasil tem potencial de gerar até R$ 100 bilhões em receitas com créditos de carbono nos setores do agronegócio, floresta e energia até 2030. O valor seria correspondente a 1 bilhão de toneladas de CO2.

O maior potencial de geração de créditos de carbono está no setor de florestas: R$ 66 bilhões, considerando o cenário mais otimista. O foco dos investimentos deve ser, principalmente, em reflorestamento, manejo e restauração florestal, tendo como principais benefícios a diminuição de erosões, manutenção da biodiversidade e melhoria da qualidade e disponibilidade de água.

Em seguida, aparece o setor de energia, com o potencial de acumular R$ 25 bilhões em créditos de carbono, também considerando a perspectiva mais otimista. Só no setor agropecuário, o potencial de geração de crédito de carbono até 2030 é calculado em R$ 9 bilhões. 

Benefícios e oportunidades

Entre os principais benefícios, estariam a menor pressão de desmatamento e contribuição para a segurança alimentar. Entre as oportunidades, estão novas fontes de renda, recuperação de potencial produtivo em áreas degradadas, competitividade entre fornecedores e fortalecimento de pequenos produtores.

Com tudo isso, podemos concluir que os benefícios que o mercado de créditos de carbono pode trazer ao Brasil estão claros e estamos em um momento em que o país precisa reconstruir sua credibilidade internacional. Temos tudo para nos tornarmos protagonistas do mercado de créditos de carbono e na neutralização de emissões de gás carbônico. Essa é mais uma oportunidade que não podemos deixar passar.

Fontes: Udop | CNN Brasil