Não pense que voltaremos a escrever na pedra como os personagens do desenho animado “Os Flinstones”. O Repap é uma folha de papel semelhante às feitas com a celulose das árvores que já estamos acostumados a usar, mas é fabricada a partir da pedra. O nome vem da palavra “paper” (papel, em inglês) escrita de trás pra frente.
A alternativa na fabricação de papéis se dá pelo fato do excessivo consumo do material em todo o planeta. O crescimento de consumo de papel vem aumentando em média 3,3% ao ano, com previsão de que 500 milhões de toneladas de papel serão produzidas em 2015. Esta quantidade de papel é utilizada principalmente em embalagens (30%), folhas em branco (29%) e folhas impressas – jornais e revistas – (13%). Só no Brasil, o consumo de papel foi calculado em 34 quilos por habitante fazendo o país ocupar a 12ª posição no ranking dos países consumidores e 11ª no ranking de países produtores de papel.
A Ogami, empresa italiana responsável pela fabricação do papel de pedra, encontrou um novo meio de produzir papel branco e já está comercializando cadernos e blocos de notas. São três formatos e tamanhos com oito capas diferentes e bem modernas nos modelos brochura e espiral.
O processo de fabricação de papel e celulose tradicional exige muita área para o plantio de árvores e muito tempo para elas chegarem ao estágio de corte. Além disso, há uma poluição grande com emissão de CO2, uso de água e energia entre a derrubada da árvore e o produto acabado. Com o Repap os índices são bem menores e o papel é 100% reciclável, podendo ser reutilizado em materiais plásticos, na indústria de construção, agricultura e metalúrgica, para fabricação de vidros, etc. Atualmente, a reciclagem de papel comum é pequena e varia muito de um país para o outro. Nos EUA, líder nos números do setor, somente 63% das 71 milhões de toneladas anuais são recicladas.
O novo papel é feito de carbonato de cálcio, um subproduto do calcário que é recuperado de pedreiras e dos desperdícios das indústrias de construção. O Repap é liso, com consistência macia, mais resistente e requer menos tinta e menos tempo para que ele seque do que um papel comum. O papel de pedra é impermeável à água e óleo, além de ser resistente à umidade. O material também é biodegradável, podendo desaparecer da natureza totalmente apenas por efeito da luz solar entre 14 e 18 meses. A empresa garante também que ninguém mais vai se cortar nas extremidades da folha e que nenhuma substância tóxica ou proveniente do petróleo é usada em sua fabricação.
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