O descarte de plásticos não-recicláveis nem sempre ocorre da maneira correta. Por conta disto, muitos de seus resíduos acabam ficando sem destinação, e vão parar em aterros sanitários, gerando diversas complicações ao meio ambiente.

Pensando nisso, o doutorando Victor José Baldan, da USP de São Carlos, cedeu uma entrevista aos “Novos Cientistas” contando um pouco mais de como foi o processo das pesquisas que resultaram no desenvolvimento de reutilização do material que era descartado. Dentro dos diferentes tipos de plásticos, os polímeros termofixos são encontrados, em boa parte, em restos da indústria de calçados.

Inovação

Com resíduos produzidos por uma indústria de calçados, cientistas do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP de São Carlos, projetaram uma técnica que é capaz de reaproveitar o plástico não-reutilizável e utiliza-lo na produção de mobiliário escolar. 

Segundo Victor José dos Santos Baldan, aluno de doutorado do IAU, o elemento possui aspecto como isolante térmico. “Ele possui excelente resistência mecânica e é antichamas” disse aos Novos Cientistas.  O material também poderá ser usado em forros e paredes na construção civil, além da fabricação de mobiliário escolar.

Matéria-prima

O Laboratório de Construção Civil (LCC) do IAU, foi responsável na criação do plástico reciclável numa pesquisa coordenada pelo professor Javier Mazariegos Pablos. No que diz respeito ao desempenho frente à temperatura, encontra-se dois tipos de plásticos (polímeros): polímeros termofixos, que quando são submetidos ao calor não se tornam maleáveis, caracterizando-os como não-reutilizáveis; e os termoplásticos que ao serem submetidos ao calor tornam-se maleáveis e, consequentemente, podem ser reutilizados.

De acordo com Baldan, os polímeros termofixos, que é a matéria-prima da pesquisa, são providos de uma indústria calçadista de Novo Hamburgo (Rio Grande do Sul), que os utiliza na fabricação de saltos de sapatos, rodas de skate entre outras coisas. É justamente com o resto desses materiais, que os desenvolvedores trabalham no projeto para os transformar em mobiliário escolar.