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Entenda o conceito de metareciclagem

Bet_Noire / iStock / Getty Images Plus A metareciclagem tem como principal objetivo reduzir o impacto ambiental de lixo eletrônico no planeta.

Reciclagem já é um termo conhecido da população em geral e, quando associado ao lixo, diz respeito à transformação de resíduos de plástico, vidro, papel e alumínio em matéria-prima para a fabricação de produtos novos — iguais ou não ao item reciclado. Para isso, o item passa por processos mecânicos, bioquímicos e térmicos.

E a metareciclagem, você já ouviu falar e sabe o que significa? Trata-se do processo de reciclagem do lixo eletrônico a partir da desconstrução e reconstrução de computadores, monitores, teclados, aparelhos de DVD, entre outros tipos de lixo tecnológico. O termo também inclui a comercialização de metais existentes nesses equipamentos, como cobre e prata e as sucatas.

Metareciclagem: objetivos e como ocorre

Os principais objetivos da metareciclagem são reduzir o impacto ambiental de lixo eletrônico, além de alcançar a inclusão digital e a capacitação profissional de jovens por meio de cursos de montagem e manutenção de computadores.

Na prática, a ideia de metareciclagem envolve uma rede captação das máquinas e a implantação de oficinas para o desmonte de computadores e outros equipamentos eletrônicos. O processo, no entanto, não se limita à desconstrução do equipamento para separação os componentes, e implica na capacitação das pessoas envolvidas no funcionamento das peças e da tecnologia como um todo. É, portanto, uma eficiente forma de apropriação de tecnologias com a finalidade de promover a transformação social.

A fonte de renda dos projetos de metareciclagem é a comercialização de sucatas que não puderam ser aproveitadas na construção de computadores, bem como a venda de materiais como cobre e prata. O lixo eletrônico reciclável é vendido a empresas especializadas no reprocessamento desse tipo de material.

Metareciclagem: importância socioambiental

De acordo com estudo realizado em 2015 pela Associação de Empresas da Indústria Móvel (GSMA), a América Latina foi responsável pela geração de 9% do lixo eletrônico mundial. Desse total, 36,16% da produção de resíduos eletrônicos ocorreu no Brasil.

Apesar dos problemas gerados pelo lixo eletrônico, o Brasil não possui uma legislação específica para o setor. Como se não bastasse a quantidade de lixo eletrônico gerada em terras brasileiras, existe a entrada irregular desses resíduos vindos de outros países. Diante disso, fica a questão: o que fazer com todo esse lixo?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a responsabilidade compartilhada de toda a sociedade em relação à destinação de resíduos sólidos ao longo da cadeia produtiva, ou seja: desde o fornecimento de matérias primas até a disposição final dos resíduos. Isto implica em responsabilizar fornecedores, fabricantes, comércio, consumidores e gestores públicos.

Nesse contexto, a expansão de projetos de metareciclagem é um caminho para atenuar o impacto de uma parcela do lixo eletrônico produzido no Brasil. Além dos benefícios ambientais, a metareciclagem tem uma abordagem socioeconômica de transformação social, a partir da inclusão tecnológica.

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