A biopirataria pode ser compreendida como a ação de retirar de uma nação, de forma ilegal, sem pagamento de patente e para exploração comercial em outra nação, bens naturais, como, por exemplo, espécies de seres vivos, material genético, além da exploração da sabedoria popular local.
Resumidamente, a biopirataria de animais e materiais biológicos é principalmente caracterizada pelo envio de forma ilegal de plantas e animais para o exterior.
Vale ressaltar que, inúmeras vezes, quem realiza a manipulação, exploração e transferência de formas e espécies de seres vivos para outros países, sempre com finalidade comercial, são cientistas enviados por empresas estrangeiras que tem interesse em desenvolver produtos baseados nessas riquezas naturais.
O Brasil é um dos países que mais sofre com a biopirataria em todo o mundo. Isso ocorre porque o país possui uma das maiores biodiversidades do planeta, sendo então um constante alvo da biopirataria.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, todos os anos são capturados e retirados ilegalmente em torno de 38 milhões de animais de localidades como Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e região semiárida do Nordeste, num negócio que movimenta mais de um bilhão de dólares por ano.
No Brasil, a biopirataria atrai muitos “colecionadores de animais”, que realizam encomendas de espécies determinadas, espécies essas que são capturadas e vendidas para fora do país sempre de forma ilegal.
Outro fator preponderante para a grande ameaça da biopirataria no país é o potencial genético existente no Brasil, o que desperta o interesse das mais variadas indústrias de todo o mundo, principalmente as voltadas à produção têxtil, de alimentos e farmacêutica.
Salienta-se também que a biopirataria existente em território nacional ainda conta com a ausência de leis que, de fato, protejam as riquezas naturais e a biodiversidade aqui existente.