A agricultura itinerante é uma forma de produção com foco na subsistência, sendo geralmente aplicado em áreas pequenas e médias, com o intuito de prover a alimentação do produtor e de seus familiares. Trata-se de um tipo de agricultura que não visa o lucro, e a produção se destina para consumo próprio — com a possibilidade de venda dos produtos excedentes.
O método se caracteriza pela utilização de técnicas que foram passadas ao longo das gerações, e geralmente incluem a prática de queimadas para limpar o solo antes do cultivo. Após queimar a vegetação, a região apresenta terra fértil por um período que varia entre dois e três anos, sendo abandonada quando perde a fertilidade.
Desvantagens da agricultura itinerante
Queimar a mata como uma forma de limpar a área para cultivo é uma técnica que prejudica os microrganismos e faz com que o solo perca a fertilidade de maneira irreversível. Em pouco tempo, nada mais cresce no local e o produtor precisa buscar outro local para reiniciar o processo.
Além de deixar o solo infértil, a prática de queimar áreas para limpar o terreno libera gases poluentes na atmosfera e contribui diretamente para a poluição atmosférica e para o aquecimento global. A prática também destrói o habitat de incontáveis espécies de animais, aumenta a erosão do solo e contribui para o desenvolvimento de doenças respiratórias.
Em vez de queimar os terrenos, o ideal seria que os agricultores tivessem um maior cuidado com o solo, utilizando-o de forma responsável e eficaz, sem destruí-lo. O processo ideal incluiria um maior cuidado com o solo, como a adubação adequada e com a construção de passagens de água, ligando rios e riachos próximos.
Para isso, é preciso considerar a realidade na qual vivem estes produtores e apresentar uma solução que possa, de fato, substituir a agricultura itinerante de forma eficaz e satisfatória. Uma opção econômica e simples é implementar sistemas agroflorestais, que são capazes de recuperar o solo, evitar pragas e combater a erosão.