Em uma época de produção e consumo exacerbado ao redor do mundo, se torna cada vez mais urgente que se encontrem meios alternativos para o descarte de lixo. O acúmulo de resíduos cresce cada vez mais e as técnicas utilizadas nem sempre surtem os efeitos desejados. Isso tem a ver não só com o aumento populacional, mas com o avanço tecnológico, que criou uma nova categoria de descarte de material sólido bem antes que o mesmo chegue ao final de sua vida útil.
O coprocessamento foi desenvolvido pensando justamente nessa situação e, nas últimas décadas, ele vem sendo aplicado especialmente nos países desenvolvidos. Ele engloba principalmente a indústria cimenteira, uma das mais importantes do mundo.
O que é coprocessamento?
Resumidamente, este método consiste em dois processos: a incineração de resíduos sólidos industriais, e a fabricação de produtos específicos que requerem altas temperaturas durante sua produção. Na maior parte das vezes, o produto que é fabricado é o cimento, mas também há outras possibilidades — como o pneu.
Por usar a queima como base processual, o coprocessamento é chamado também de coincineração. A questão cooperativa vem do fato de se tratar de uma alternativa pró-ambiental e econômica ao mesmo tempo.
A indústria cimenteira começou a usar dessa técnica durante a década de 1970. No Brasil, porém, o coprocessamento passou a ganhar força apenas no final da década de 1980 e início de 1990. Inicialmente, esse processo surgiu como resposta a uma época de crise financeira, destacando-se mais como uma busca por economia do que por conscientização ambiental.
Atualmente, o coprocessamento é uma estratégia trabalhada em conjunto entre as indústrias cimenteiras e indústrias geradoras de resíduos. O incentivo financeiro continua, mas a esfera ambiental ganhou mais força, especialmente se considerarmos que agora as indústrias são cobradas e podem ser multadas de acordo com suas ações em relação ao meio ambiente.
Coprocessamento: vantagens e desvantagens
Vantagens do coprocessamento
- Menor custo de produção para as empresas que participam do processo (por utilizar como matéria-prima os resíduos de diversos segmentos industriais);
- Eliminação total ou reaproveitamento de resíduos;
- Oferece um destino seguro aos resíduos de alta insalubridade;
- Aproveitamento do calor proveniente dos resíduos, transformando-o em energia térmica;
- Diminuição da carga dos aterros sanitários;
- Pouco ou nenhum risco de passivos ambientais;
- Menor utilização de recursos naturais não renováveis.
Desvantagens do coprocessamento
- Emissão de partículas poluentes;
- Volatização de metais pesados;
- Riscos aos trabalhadores (tanto à saúde, devido aos elementos poluentes, quanto de acidentes);
- Riscos de contaminações acidentais dos produtos fabricados.