É comum que as previsões meteorológicas mencionem o El Niño para explicar certas mudanças climáticas. Este fenômeno — que afeta a incidência de calor, seca e chuvas em diferentes regiões do planeta — tem consequências também para o meio ambiente.
O El Niño é um fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e a redução dos ventos alísios na região equatorial. Essa alteração impacta diretamente nas correntes atmosféricas, provocando chuvas e secas em diferentes partes do globo, além de aumento ou queda nas temperaturas.
No Brasil, o El Niño é responsável pelo aumento das secas nas regiões Norte e Nordeste, o que pode fazer com que o problema das queimadas aumente. No Centro-Oeste, o fenômeno causa chuva acima da média e temperaturas elevadas. O Sudeste não apresenta alterações na quantidade de precipitações, mas sofre com o aumento da temperatura. A região Sul, por fim, é apresenta aumento de chuvas e temperaturas.
El Niño e a produtividade primária
Em condições normais, as águas da costa oeste da América do Sul são frias e ricas em nutrientes, o que permite altos níveis de produtividade primária (total de matéria orgânica produzida em uma área ambiental) e diversificação do ecossistema marinho. Com a elevação da temperatura, causada pelo El Niño, a cadeia alimentar é afetada drasticamente, resultando em um grande declínio da produtividade primária.