A desertificação é um fenômeno que se caracteriza pela degradação de terras com potencial produtivo, transformando-as em terras inférteis. Este processo ocorre em regiões de clima árido e semiárido, destruindo anualmente cerca de 60 mil quilômetros quadrados de terra em todo o mundo.
Embora diversas regiões estejam sujeitas a sofrer com o processo natural de desertificação, especialmente pela falta de chuva, as atividades humanas aceleram substancialmente o processo. Algumas das principais ações que contribuem para a desertificação são:
- Projetos de irrigação que não seguem normas, sanilizando e degradando solos;
- Atividades de mineração descontrolada;
- Desmatamento e uso desenfreado de recursos florestais visando à agricultura, à formação de pasto e a oferta de biomassa florestal para produção de energia;
- Falta de práticas de conservação nos sistemas agropecuários.
Impactos da desertificação para a agropecuária
Os produtores rurais são os primeiros a sentir o potencial destrutivo do fenômeno de desertificação. Isso porque as áreas produtivas são transformadas em desertos e, por consequência, ficam inutilizadas tanto para a pastagem quanto para o plantio. Como consequência disso, a produção acaba ficando mais cara e difícil.
Na criação de gado, é necessário investir cada vez mais em ração, já que não há pastagem. Na agricultura, a produção diminui conforme a área para plantio é reduzida. Ambas as situações geram o encarecimento do produto final, diminuindo o lucro do produtor e pesando também nas finanças do consumidor final.
Esse encarecimento é afeta especialmente as camadas mais pobres da população, que deixam de ter acesso a uma série de produtos, aumentando os índices de pobreza de regiões do país. Esse encarecimento também afeta as exportações, pois faz com que os preços aumentem e se tornem menos competitivos.