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Entenda qual a diferença entre efluente industrial e esgoto sanitário?

© Depositphotos.com / yulan O esgoto doméstico são aqueles que provém dos imóveis e o esgoto industrial dos processos industriais, águas de refrigeração e águas pluviais poluídas.

O esgoto sanitário, conforme definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 9648) é um termo que abrange o esgoto doméstico, industrial, contribuição pluvial parasitária e água de infiltração (água do subsolo que penetra nas tubulações). Estima-se que mais de 99% dos efluentes sanitários são compostos de água.

O esgoto doméstico provém dos imóveis que possuem banheiros, cozinhas e lavanderias, sendo resultante da água utilizada na limpeza dos ambientes e higienização pessoal. Basicamente, o esgoto doméstico é composto por matéria orgânica e mineral, suspensa ou em solução.

Isso significa que toda a água utilizada para abastecer reservatórios, torneiras de pias, tanques, vasos sanitários, chuveiros e máquinas de lavar torna-se esgoto após o uso, sendo lançada na rede pública de coleta e encaminhada até a estação de tratamento do esgoto. Em cidades desprovidas de coleta e tratamento, o esgoto doméstico é depositado em fossas sépticas ou em valas, córregos e até rios.

O esgoto industrial, por sua vez, provém dos processos industriais, águas de refrigeração e águas pluviais poluídas. As características do esgoto industrial variam conforme o ramo de atividade, tipo de matéria-prima empregada na produção e os processos industriais adotados pela companhia.

Sistema básico de coleta e tratamento de esgoto

A rede coletora de esgoto doméstico é ligada aos coletores-tronco e interceptadores, que captam os efluentes sanitários e industriais de diversas fontes. O esgoto coletado segue para a estação de tratamento, onde passará por vários processos até retornar ao meio ambiente em forma de água limpa.

O esgoto doméstico passa primeiro por grades, que retém resíduos sólidos, e segue para o tanque onde ocorrerá a separação de areia. Depois, segue para a decantação primária, onde ocorre a sedimentação de partículas pesadas.

Nos tanques de aeração, os microrganismos consomem a matéria orgânica, deixando a água 90% mais limpa. A última etapa corresponde à decantação secundária, quando o lodo residual é depositado no fundo do reservatório, podendo retornar ao tanque de aeração ou destinado a tratamento específico. Concluído o processo de tratamento, a água está pronta para retornar aos rios.

Problemas associados ao déficit de saneamento ambiental

Quando uma cidade não dispõe de serviços de coleta e tratamento, o esgoto doméstico é depositado em fossas sépticas, acaba sendo lançado em valas ou escorre a céu aberto —contaminando solo, lençóis freáticos, córregos e rios.

O déficit de saneamento básico no Brasil ainda é alto: cerca de 50% da população brasileira não tem acesso à rede de coleta de esgoto. Para zerar o déficit de saneamento básico, o país terá que investir, em duas décadas, cerca de R$ 10 bilhões ao ano.

O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer até zerar o déficit de saneamento ambiental, controlar as ocupações urbanas irregulares e as atividades industriais poluidoras. A coleta e o tratamento de esgotos são vitais para a saúde pública e conservação ambiental, especialmente dos recursos hídricos.

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