set 25

Poluição plástica assusta cientistas e assombra águas da Antártida

A Antártida é considerada uma região selvagem, intocável pelo homem, como “último deserto do mundo”… pelo menos era.

Recente expedição do Greenpeace à Antártida, revelou a presença de microplásticos e produtos químicos na grande maioria das amostras testadas. O que assustou cientistas e comprovou que a região está realmente poluída por plásticos.

O nível de microplásticos é cinco vezes mais alto do que normalmente espera-se encontrar em fontes locais, como em estações de navios. Das oito amostras de água da superfície, sete continham microplástico, tal como microfibra. Além do que, nove amostras foram coletadas por uma rede de manta e analisadas para microplásticos, contendo fragmentos em duas amostras. Sete das nove continham concentrações detectáveis de produtos químicos persistentes e substâncias polifluoradas alquiladas ou PFASs.

Além disso, as amostras de neve recém caídas sugerem que produtos químicos perigosos tenham sido depositados na atmosfera. Esses produtos, aliás, são utilizados em muitos processos industriais e produtos de consumo, e têm sido associados a problemas reprodutivos e de desenvolvimento na vida selvagem.

Plásticos foram encontrados em todos os cantos do oceano, como lixo de embarcações pesqueiras nas águas, bóias, redes e lonas espalhadas entre icebergs. Mas o que realmente assusta não são os lixos visíveis, mas sim a descoberta de microplásticos pela região, precisando urgente de uma ação para reduzir o fluxo de plástico nos mares.

Segundo Frida Bengtsson da campanha ” Proteja a Antártida ” do Greenpeace, há a necessidade de uma reserva marinha, como um Santuário Marinho para proteger a vida nos oceanos. Inclusive, as amostras foram coletadas entre janeiro e março de 2018 pela Greenpeace enquanto faziam pesquisas científicas, incluindo mergulhos submarinos para ecossistemas do leito marinho antártico pouco conhecido, a fim de criar um real Santuário Antártico, que está sendo proposto pela UE (União Européia). A decisão de criá-lo será tomada em outubro de 2018 em reunião da Comissão do Oceano Antártico.

Contudo, encontrar esta grande poluição plástica e química tem aumentado a pressão nos governos para protegê-la, pressionando cada vez mais pela criação do Santuário a fim de proteger uma área cinco vezes o tamanho da Alemanha. Uma grande oportunidade que merece ser reconhecida e abraçada.

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