Considerado por especialistas como o maior desastre ambiental da história brasileira, o rompimento da Barragem de Fundão — localizada entre os distritos de Mariana e Ouro Preto (MG) — provocou uma onda de lama que se espalhou pela região, causando danos irreparáveis à população local e impactos ambientais que ainda não podem ser totalmente estimados.
O rompimento da barragem provocou uma enxurrada de lama com 62 milhões de metros cúbicos (o equivalente a 25 mil piscinas olímpicas) de rejeitos de mineração, formados principalmente por óxido de ferro, água e lama. Este material avançou pelo rio Gualaxo, Carmo e Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo — onde deve atingir uma extensão de 9 km no litoral.
Por todos os lugares em que passou em terra, a lama formou uma espécie de cobertura que, ao secar, ficou dura e tornou o solo infértil. Isso trará sérias consequências para a sobrevivência de espécies que habitam a área, modificando a flora e a fauna local.
Nos ambientes aquáticos, o desastre causou a morte de algas, microorganismos e peixes, já que a água tornou-se pobre em oxigênio devido à lama. Estes rios sofrerão também com assoreamento, diminuição da profundidade e soterramento de nascentes. Além disso, a cadeia alimentar como um todo foi afetada.
Para especialistas, o cenário ainda é incerto: não se sabe se algum dia os ecossistemas afetados voltarão a ser o que eram e nem quanto tempo isso levaria — alguns estimam dez anos, ao mesmo tempo que outros consideram esse prazo muito otimista. Por enquanto, resta aguardar para que as dimensões do desastre sejam calculadas.