nov 22

Saiba como funciona o processo de logística reversa de pneus

istock.com / jacquesdurocher A logística reversa de pneu é realizada por meio da trituração do material, permitindo o reaproveitamento do mesmo pela indústria de cimento.

O Brasil é um dos principais mercados da indústria automobilística de todo o mundo. Para manter tantos veículos rodando, sejam eles novos ou usados, é necessária a fabricação de uma grande quantidade de pneus.

De acordo com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), em 2016 foram produzidos cerca de 17,5 milhões de pneus — um número expressivo e que, mesmo assim, ficou 1,1% abaixo da quantidade produzida em 2015. Esses números mostram o tamanho do problema que o País tem pela frente no que diz respeito ao descarte de pneus inservíveis. Isso porque pneus descartados de maneira inadequada e ilegal podem causar sérios danos ao meio ambiente e à saúde pública.

Estima-se que o pneu demore até 150 anos para se decompor no meio ambiente. Enquanto isso, o pneu descartado pode se transformar em criadouro do temido Aedes aegypti, o mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. Além disso, pneus jogados em vias públicas acabam em canais, valas, córregos e rios, causando poluição e enchente.

Por conta de tantos problemas que podem ser causados por um único pneu, tornou-se necessário adotar medidas que visam reduzir os impactos causados pelo descarte indevido deste material. Nesse contexto, o pneu foi incluído na legislação que trata da logística reversa de resíduos sólidos.

O que é logística reversa?

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010, a logística reversa consiste em um conjunto de ações, procedimentos e meios de coletar resíduos sólidos e retorná-los às fontes geradoras. O objetivo é reaproveitar, reciclar e dar a destinação ambientalmente correta a esses materiais.

Os pneus usados se enquadram na PNRS, e devem ser coletados pelos fabricantes e importadores, conforme determina a Resolução Conama 416/2009. A rede de distribuidores, revendedores, oficinas e consumidores também é corresponsável pelo destino final dos pneus usados: todos devem encaminhar os pneus usados aos pontos de coleta que integram o sistema de logística reversa.

Os pneus, portanto, jamais devem ser descartados junto com o lixo comum ou jogados em vias públicas, terrenos baldios, rios e áreas verdes. Em 2007, a ANIP criou a Reciclanip, uma entidade que é responsável justamente pelo gerenciamento da logística reversa de pneus. Em 2016, a instituição coletou e destinou mais de 457 mil toneladas de pneus inservíveis, quantidade equivalente a mais de 91 milhões de pneus de veículos de passeio.

Logística reversa de pneus

Em geral, os pneus usados são levados para empresas cadastradas pela Reciclanip, que os utilizam como matéria-prima para a fabricação de diversos produtos. Para isso, este material é submetido a um equipamento triturador de pneu e borracha, que permite o reaproveitamento dos pneus por segmentos variados da indústria.

A indústria do cimento usa os fragmentos de pneus para fabricar blocos, pisos, guias. O material também é aproveitado na confecção de solas de calçados e algumas peças de reposição produzidas por indústrias do ramo automotivo. O material também é usado no revestimento de quadras de esportes, pistas de atletismo e asfaltamento de vias.

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