dez 19

Você sabe o que é Sintropia? Conheça o modelo agrícola que reutiliza plantas degradadas

© Depositphotos.com / prudkov A sintropia tem como função medir as organizações das partículas do sistema.

Também chamada de negentropia ou entropia negativa, a sintropia consiste na medição da ordem das partículas em um determinando sistema. Se a entropia é um princípio relacionado ao imprevisível, a sintropia indica o grau de previsibilidade dos elementos. No centro desse conceito está um contraponto à perda de energia em uma estrutura inicial para que a sua existência possa ser mantida. Por isso, saber o que é sintropia tem reflexos em muitas atividades humanas, sendo a agricultura uma das principais beneficiadas.

Como aplicar a sintropia na agricultura

Evitar que a biodiversidade e a natureza sejam comprometidas pelas atividades humanas é um dos maiores desafios da atualidade. Isso porque esgotar os recursos ambientais pode acabar com ecossistemas e com a vida. De todas as atividades do homem, a agricultura destaca-se por ser bastante agressiva para o meio ambiente, causando erosão do solo, esgotamento de água doce, poluição e desertificação.

Um dos modelos mais úteis para conter essa degradação é a agrofloresta, que emprega o conceito de sintropia para conter esses impactos e até mesmo impedir o aumento do aquecimento global. Essa forma de cultivo foi desenvolvida nos anos 70 pelo pesquisador suíço Ernst Götsch, que trabalhou composições de produtos incomuns para a época. A combinação usual de milho e feijão foi substituída por trigo com framboesa, ervilha, cereja e maçã. De seus experimentos surgiu a possibilidade de regenerar hectares tidos como inférteis a partir de um plantio semelhante ao da recuperação natural da mata.

A agricultura baseada em sintropia promove interações que resultam em um equilíbrio energético no sistema. Esse processo, para ser bem-sucedido, começa pelas reações mais simples até chegar às etapas mais complexas. Há uma série de estratégias que auxiliam na utilização de áreas desgastadas. Uma delas é a escolha de espécies que não demandam tantos nutrientes do solo e que incentivam a continuação natural.

No modelo agrícola em questão, compreende-se que usar fogo para preparar a terra é prejudicial, ainda que seja um procedimento recorrente nas plantações tradicionais. O ideal, nesse caso, é distribuir a matéria orgânica que restou da roçagem em ninhos. Na sequência, o agricultor deve acrescentar as mudas e sementes desejadas. Assim, o campo fica menos suscetível à erosão e desgaste por estar coberto.

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