Material tem potencial para substituir derivados do petróleo e reduzir poluição ambiental.
O plástico elastômero e o termoplástico, ambos feitos com petróleo, são um dos materiais mais populares na indústria, por serem flexíveis e de fácil modelagem. Porém, seu uso traz grandes consequências para o meio ambiente.
Pequena no tamanho, mas grande na mudança
Através do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia da USP, coordenados pela professora Elen Aquino Perpétuo do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi encontrada nas águas do mangue da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, a bactéria Methylopila oligotropha.
Para acumular energia, a bactéria produz grãos microscópicos de reserva na forma de poli-hidroxialcanoatos, ou simplesmente PHAs, um material biodegradável com propriedades similares a alguns tipos de plásticos.
“Os PHAs são atraentes comercialmente pela possibilidade de serem substitutos para os derivados do petróleo, pois possuem propriedades similares a vários termoplásticos e elastômeros”, aponta Perpétuo.
A bactéria foi isolada e cultivada para avaliar o potencial de produção em larga escala de PHA para uso como matéria-prima industrial para substituir os plásticos produzidos pelo petróleo, reduzindo a poluição ambiental.
Próximos passos
Segundo a pesquisadora, para chegar à produção industrial de PHAs, é necessário que haja estudo de escalonamento. Apenas uma empresa no Brasil produz o PHB microbiano, mas hoje só pode ser produzido sob demanda e, mesmo assim, todos os produtos são exportados. Isso tudo porque o custo do PHB para o mercado interno continua alto.
O desenvolvimento desse bioplástico foi testado – com sucesso! – Agora os pesquisadores buscam formas sustentáveis de produzir esse material em larga escala para que de fato possa ser um substituto para a indústria plástica.
Fontes: USP | The Greenest Post