O impacto do descarte de microplásticos e plásticos no meio ambiente, foi um dos temas debatidos durante a Feira Internacional para a Gestão da Água, Esgoto, Lixo e Resíduos (IFAT 2018). O evento foi realizado, em Munique, na Alemanha, de 14 a 18 de maio, com participação de 168 países.
Organizações ambientais chamam a atenção do mundo sobre o volume crescente de materiais plásticos, descartados diariamente, na natureza. No ritmo atual, estima-se que a quantidade será 10 vezes maior na próxima década.
O plástico leva cerca de 450 anos para atingir a decomposição total. Esse processo gera os microplásticos, que poluem as águas, afetam a flora, fauna e também o principal agente desse descarte irregular, o homem. Estudos científicos já comprovaram a existência de microplásticos na água, que chega às torneiras e até em garrafas de água mineral.
O que são microplásticos?
Os microplásticos são partículas geradas pela decomposição de materiais plásticos e descartados no meio ambiente. Isto acontece quando produtos plásticos como, por exemplo, garrafas pet, sacolas, copos e canudos, são jogados em vias públicas, áreas verdes e cursos d´água (mares, rios, lagos e córregos). Perdas industriais de pellets, um tipo de microplástico usado na fabricação de produtos como sabonetes, xampus, cremes dentais e cosméticos.
A atividade pesqueira também contribui para o acúmulo de microplástico nos oceanos em consequência da decomposição de redes de pesca, linhas e outros materiais plásticos. A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) estima que 30% da poluição das águas oceânicas correspondem a partículas fragmentadas de plásticos. No Brasil, 95% do lixo descartado em praias são compostos por produtos feitos em plásticos, como os canudinhos utilizados para beber sucos, refrigerantes e água de coco.
Quais as consequências do descarte de microplástico?
O acúmulo de microplásticos nas águas dos rios e mares causam um grave dano ao meio ambiente, especialmente, aos seres aquáticos. As espécies da fauna de oceanos, rios, lagos e córregos correm o risco de ingerir microplásticos e plásticos presentes em seus habitats. Peixes, tartarugas, mamíferos marinhos como as baleias, golfinhos, focas e outros, acabam morrendo devido ao bloqueio do intestino, intoxicação, úlcera no estômago e outras doenças causadas pela ingestão de microplásticos e plásticos.
- A decomposição completa do plástico leva cerca de 450 anos;
- A ingestão de plástico mata, ao ano, cerca de um milhão de aves e mais de 100 mil mamíferos marinhos;
- Cerca de 95% dos resíduos sólidos descartados em praias do Brasil, são compostos por plásticos;
- Diariamente, o mundo descarta mais de 1 bilhão de canudos;
- Estima-se, que metade da população mundial de tartarugas marinhas já tenham ingerido materiais plásticos;
- Mais da metade do lixo dos oceanos é composta por materiais plásticos;
- Na próxima década, o volume de plásticos jogados nos oceanos pode ser 10 vezes maior;
- Nos oceanos são descartados, anualmente, cerca de oito milhões de toneladas de materiais plásticos;
- Organizações ambientais calculam, que em 2050, a quantidade de plásticos nos oceanos será maior do que a população de peixes.
O que fazer para reduzir o volume de plásticos na natureza?
O primeiro passo, é diminuir o consumo desse tipo de produto. Imagine se todos os consumidores deixassem de usar canudos plásticos. Teríamos 1 bilhão de canudinhos a menos descartados no meio ambiente.
E se as pessoas parassem de jogar lixo nas praias e a coleta desse tipo de resíduo funcionasse com eficiência? Qual seria o panorama, caso todas as prefeituras implantassem serviços de coleta seletiva, em conjunto com cooperativas de recicláveis?
Acabar ou, pelo menos, reduzir a quantidade de lixo não é uma tarefa impossível. O que falta é responsabilidade ambiental por parte de cada cidadão, poder público, iniciativa privada e terceiro setor, no sentido de mudar hábitos e adotar medidas para reduzir o consumo de plásticos e dar a destinação final aos resíduos.