Um dos projetos venceu o Prêmio Jovens Campeões da Terra da ONU
Em 2015, aos 21 anos, enquanto ainda era uma estudante da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Anna Luisa Beserra criou a startup Safe Drinking Water For All, que é uma especialista em projetos de impacto socioambiental e já acumula uma série de premiações nacionais e internacionais. A empresa acredita que tudo começa com acesso à água potável e saneamento básico.
Através de projetos ESG – do inglês “Environmental” (Ambiental, E), “Social” (Social, S) e “Governance” (Governança, G) – com as organizações parceiras, a empresa trabalha para mudar a vida de bilhões de pessoas nas zonas rurais do mundo, que vivem sem seus direitos básicos atendidos. A SDW acredita que a inovação social é a melhor ferramenta para transformar a vida das famílias em situação de vulnerabilidade social.
Sonho de criança se tornou realidade
Anna Luisa, de 24 anos, é baiana, cientista e biotecnologista. Desde criança sonhava em ser cientista. Sempre brincava com experiências e, aos 15 anos, começou a estudar fenômenos físicos que transformaram a humanidade. A ideia do dispositivo partiu dessa época, quando leu “Vidas Secas”, um clássico da literatura brasileira, onde mostra a realidade das famílias de zonas rurais do semiárido em meio à falta de água na região.
A baiana que cursou Biotecnologia Industrial na Universidade Federal da Bahia e também já fez curso no MIT Sloan School of Management, em Cambridge, nos Estados Unidos, sonha agora em levar a tecnologia de purificação de água para outros países do mundo.
“Meu propósito é levar o direito básico à água limpa para as comunidades carentes nas áreas rurais”, diz. “Queremos ajudar a melhorar a vida das pessoas e salvar vidas.”
Hoje, mais de 11 estados foram alcançados e 13.700 pessoas foram beneficiadas com os projetos da SDW, totalizando 80 milhões economizados em saúde, saneamento e educação. A meta é até 2024, tornar a SDW como referência internacional de soluções sociais inovadoras para transformação sustentável de comunidades.
Reconhecimento internacional
Aos 21 anos foi a vencedora da América Latina e Caribe. A premiação, que acontece desde 2017, reconhece projetos ambientais de empreendedores de 18 a 30 anos no mundo todo. Os vencedores da premiação recebem financiamento, mentoria e apoio de comunicação para ampliar seus trabalhos.
Ainda nos dias de hoje, milhões de pessoas não têm acesso à água potável e a saneamento. Uma situação que ocorre em muitas localidades da região semiárida nordestina do Brasil, assim como o que Anna Luisa leu no livro.
A consequência disso é que, a cada dois minutos, estima-se que uma criança morra devido a problemas associados com a má qualidade da água, como por exemplo, infecções bacterianas e diarreia.
“Essas comunidades rurais necessitam armazenar água durante a época de chuvas para que não precisem caminhar longas distâncias nas estações mais secas. Às vezes, a água fica infectada com transmissores de doenças e frequentemente não está limpa”, explica Anna Luisa.
Ela buscou na internet o que era um problema nesse campo e quais ações ela poderia fazer para ajudar, visto que não tinha muito recurso financeiro e nem apoio de instituições.
A estudante inspirou-se no sistema Sodis, criado na Universidade Americana de Beirute, que utilizava energia solar para descontaminar água contida em garrafas plásticas. Anna Luisa aprimorou o método e criou filtros, que purificam a água da chuva coletada por cisternas instaladas em áreas rurais. Chamado de Aqualuz, o dispositivo tem baixo custo e fácil instalação, e a garantia de eliminar 100% das bactérias presentes na água.
A água é o elemento de mudança necessário para proporcionar a mudança de realidades. Ações que se preocupam com essa realidade são essenciais para o desenvolvimento saudável da população e do planeta.
Fontes: SDW | Conexão Planeta | Vogue