Esta descoberta ajudaria os países sem infraestrutura financeira para financiar grandes usinas de dessalinização.
Um estudo publicado na revista Nature Nanotechnology mostra que é possível criar uma peneira capaz de remover sal da água do mar, utilizando o grafeno.
A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Manchester, que desenvolveram uma membrana de grafeno para dessalinizar a água e torná-la potável. Na prática, esta descoberta poderia ampliar a oferta de água potável para milhões de pessoas em todo o mundo.
O que é o grafeno?
O grafeno é um material criado em um laboratório e é feito através da extração de camadas superficiais da grafite, mesmo material usado nos lápis, um mineral extremamente abundante.
A descoberta do grafeno foi feita por pesquisadores da Universidade de Manchester em 2004 e o que mais surpreende é que se trata de uma substância mais forte que o aço, mais condutora que o cobre e, ao mesmo tempo, tão flexível quanto a borracha.
Grafeno ecológico
O grafeno é um material com muitas possibilidades de uso. A própria criação deste material, inclusive, pode ser feita através de um processo de reciclagem, como descobriu uma equipe de pesquisadores da Universidade Rice, no Texas.
O processo, realizado de forma rápida e barata, permite transformar qualquer fonte de carbono em grafeno. De acordo com o professor de química da Universidade, James Tour, com esta técnica é possível converter desde carvão até restos de comida ou plástico em grafeno, de forma bem mais econômica que os outros métodos de produção. “Já comprovamos que qualquer matéria sólida à base de carbono, incluindo resíduos mistos de plástico e pneus de borracha, pode ser transformada em grafeno”, disse o professor ao site da Universidade de Rice.
James Tour disse ainda que ao adicionar uma concentração de apenas 0,1% de grafeno no meio do cimento poderia ajudar a reduzir o seu impacto ambiental, além de torná-lo mais leve. “Ao fortalecer o concreto com grafeno, poderíamos usar menos concreto para a construção, reduzindo os custos da fabricação e transporte”, afirma.
Isso sem contar que esta descoberta permite que sejam capturados mais gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, já que muitos resíduos deixariam de ir para os aterros. Além disso, ao converter o carbono em grafeno e adicioná-lo ao concreto, a quantidade de dióxido de carbono gerada para a fabricação de concreto, também reduziria, resultando em um cenário ambiental em que todos ganham.
Neste vídeo (em inglês) o professor explica melhor como isso acontece.