fev 28

Hidrogênio Verde: a nova aposta para a descarbonização

O hidrogênio verde tem sido apontado como a nova aposta para transformar as indústrias no Brasil e no mundo. O recurso pode substituir carvão, gás e outros vetores energéticos que emitem gases causadores do efeito estufa e que ainda são amplamente utilizados no setor agrícola, siderúrgicas, refinarias, transporte de cargas  e mineração.

Seu uso como combustível traz algumas vantagens: além do hidrogênio ser o elemento mais abundante no universo, não é tóxico para o meio ambiente e se dissipa com facilidade.

Outro benefício está ligado a sua capacidade de ser transportado entre grandes distâncias, até mesmo pelos oceanos.

O que é o hidrogênio verde?

O hidrogênio verde é produzido pela eletrólise da água utilizando fontes de energias renováveis. Tal processo acontece da seguinte forma: correntes elétricas são descarregadas na água para dividi-la em hidrogênio e oxigênio. Posteriormente, esses átomos são utilizados por células combustíveis para realizar o processo inverso, produzindo eletricidade e vapor d’água como único resíduo. 

Sendo assim, sua principal vantagem em relação às outras formas de produção de hidrogênio é o fato dele não ser poluente. 

Para fins de comparação, o hidrogênio cinza, tipo mais utilizado nos dias de hoje, tem sua produção derivada do gás natural, gerando átomos de hidrogênio e gás carbônico. Esse processo é altamente poluente, uma vez que são gerados 10 kg de gás carbônico para cada 1 kg de hidrogênio produzido. Outro problema, é que a tecnologia disponível atualmente não nos permite armazenar todo o CO2 produzido.

Vantagem competitiva do Brasil

O Brasil é um dos países mais competitivos para produção de hidrogênio verde no mundo, pois possui uma matriz energética formada por 85% de energia renovável, composta principalmente por hidrelétricas, além do uso da energia solar, eólica e biomassa. 

Dessa forma, os investimentos para produção de hidrogênio verde nacional poderiam se beneficiar da rede elétrica já existente, uma vez que 70% do custo de produção deste tipo de hidrogênio é energético. 

Outra vantagem está relacionada à posição geográfica do Brasil que, por meio de sua ampla costa leste, tem potencial para se tornar um grande exportador de hidrogênio ao mercado europeu, além de atrair investimentos internacionais. 

Todos esses fatores podem tornar o Brasil um dos líderes globais na geração de hidrogênio verde nas próximas décadas, de forma a estimular o crescimento sustentável de diversas indústrias locais e contribuir também para a descarbonização do planeta. Para isso, é necessária a união das iniciativas pública e privada para realização de investimentos, discussões e regulamentações que alavanquem todo o potencial deste novo setor energético. O futuro é bastante promissor.

Fontes: Um Só Planeta | Comerc | Mckinsey & Company

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