A palavra gentrificação, proveniente do inglês “gentrification”, diz respeito ao processo de mudança no perfil imobiliário de um bairro, região ou cidade. O resultado é uma alteração na dinâmica do local, que recebe pontos comerciais ou vê a construção de novos edifícios residenciais.
Esse fenômeno valoriza economicamente a região e gera um aumento no custo de bens e serviços, dificultando a permanência de moradores com renda insuficiente. A partir daí, há a troca de um grupo de habitantes por outro com maior poder aquisitivo.
O termo gentrificação foi criado em 1963 pela socióloga britânica Ruth Glass. Em sua obra Introduction to London, aspects of change, ela analisou as transformações imobiliárias ocorridas em determinados distritos londrinos, gerando o “aburguesamento” do centro da cidade. Desde então, a expressão vem sendo utilizada para descrever casos semelhantes de requalificação de áreas urbanas.
O processo de gentrificação é uma das consequências dos planos de revitalização urbana e de políticas habitacionais instituídas pelo poder público. A partir dos anos 1990, o processo passou a assumir uma conotação negativa, pois começou a expulsar as camadas mais pobres das zonas centrais.
Esse fenômeno é criticado por alguns estudiosos devido ao seu caráter excludente e privatizador, enquanto outros consideram a gentrificação uma alternativa para reativar e recuperar a economia de um local degradado, além de trazer melhorias que beneficiam a todos.
Características da gentrificação urbana
A gentrificação urbana resulta na descaracterização de um bairro, região ou cidade. Suas principais consequências são:
– Transformação do ambiente construído, com investimento em infraestrutura e novos serviços;
– Revitalização econômica da região;
– Alteração de leis de zoneamento municipal, causada pela grande valorização dos imóveis;
– Aumento do custo de vida no local;
– Reorganização da geografia urbana;
– Mudança no perfil socioeconômico dos moradores da região;
– Aumento da densidade populacional, tanto nas áreas nobres como nas regiões periféricas;
– Padronização arquitetônica das cidades.
Efeitos da gentrificação no meio ambiente
Além dos aspectos sociais, a gentrificação afeta significativamente o meio ambiente. Isso porque, ao longo do processo de requalificação ou revitalização urbana, áreas verdes podem ser destruídas para a construção de edifícios ou outros empreendimentos.
Como consequência, podem surgir “ilhas de calor” — que apresentam temperatura média mais elevada do que nas regiões arborizadas. O aumento da emissão de gases do efeito estufa também é observado, bem como a quantidade de poluição atmosférica, prejudicando tanto a população como a natureza.