Atenta à meta de tornar todas as suas embalagens retornáveis ou feitas majoritariamente de conteúdo reciclado até 2025, a conhecida empresa brasileira do ramo de bebidas, Ambev, firmou uma parceria com a startup growPack, que trabalha com tecnologia para o desenvolvimento de embalagens feitas com materiais orgânicos. Juntas, desenvolveram um projeto-piloto para a criação de embalagens fabricadas com biomaterial feito com palha de milho, que consome 80% menos água, reduz em 50% as emissões de gás carbônico e economiza 25% de energia elétrica em comparação ao papel cartão.

Manejo de palha de milho

A embalagem desenvolvida pela growPack com o investimento da Ambev é produzida com rejeitos agrícolas. O que a startup faz é usar a palha do milho que iria para o lixo para, de forma totalmente mecânica, ou seja, sem químicos nem efluentes, transformá-la em uma pasta compostada.

O resultado é um material similar ao papelão, mas é mais funcional e pode até ir no micro-ondas, forno ou freezer.

Os dois ingredientes extraídos da palha, e que viabilizam esta ideia, são a celulose e a lignina. Esta última é, a grosso modo, uma espécie de cimento natural, e possui um componente com propriedades resistentes. Como o biomaterial também é moldável, ele pode ser usado de várias formas, como embalagem para delivery de refeições, por exemplo.

Próximos passos

Toda a palha de milho necessária para a fase de piloto vem de uma sementeira de milho do interior da cidade de São Paulo. As embalagens serão lançadas no mês que vem para venda em alguns estabelecimentos da cidade paulista e a ideia é testá-las com os consumidores, visando à produção em larga escala no próximo ano. A perspectiva é que os resíduos dispensados pelos agricultores ligados à própria cervejaria, ou o bagaço da cevada que sobra nas fábricas da Ambev, sejam aproveitados em pelo menos uma das marcas de cerveja.

Foto: StartSe

Fontes: Acontecendo Aqui | Ambev | Revista Oeste | growPack | Recicla Sampa